terça-feira, 29 de setembro de 2009

Biodigestor reduz despesa com energia pela metade

Biodigestor reduz despesa com energia pela metade

Dono de uma propriedade rural de 250 hectares em Caconde (SP), que tinha cerca de 80 hectares plantados com milho, outros 30 com café e uma criação de suínos, João Paulo Muniz abandonou curso de Direito para investir no sonho de tornar o empreendimento familiar em fazenda sustentável econômica e ambientalmente. Com cerca de 200 matrizes de suínos em produção, implementou inicialmente um pequeno frigorífico, com o nome Pork Terra, para comercializar a carne suína processada.

Mas, ao lado das incertezas econômicas, convivia com um grave problema ambiental: o despejo in natura de 15 mil litros diários de dejetos suínos em uma nascente na própria fazenda. Foi numa visita a uma feira agropecuária em Ribeirão Preto (SP) que Muniz vislumbrou a possibilidade de converter o problema dos resíduos dos animais em solução economicamente rentável e ecologicamente correta. Com um investimento inicial de R$ 50 mil, ele adquiriu um minibiodigestor capaz de produzir biogás e biofertilizante com os dejetos.

O retorno foi imediato, diz Muniz. O gás passou a suprir os fogões do refeitório dos funcionários, o sistema de aquecimento das baias dos leitões, a secagem do café, o motor de um gerador de energia. E o biofertilizante, subproduto do processo de geração de biogás, começou a ser adicionado aos demais adubos aplicados na lavoura, diminuindo a demanda por insumos industrializados.

Os ganhos vieram com a redução dos custos de produção. "Deixei de comprar 100% do gás liquefeito de petróleo (GLP), as despesas com energia elétrica caíram 50%, e as com fertilizantes, 40%. Mas o mais importante é que o sistema ajudou a eliminar a contaminação dos lençóis freáticos e solucionou o problema do mau cheiro", diz.

Valor equivalente foi aplicado numa segunda etapa, meses depois, visando dar solução sustentável para outro resíduo, a gordura animal descartada no processamento da carne. Com "a ajuda de um amigo químico, um tacho para a fritura da banha, um transesterificador e uma panela de inox para apurar o biocombustível" foi desenvolvida na fazenda a primeira usina artesanal de produção de biodiesel para uso.

Protótipo das que viriam depois, ela já transformava tanto a gordura animal, como óleos vegetais, inclusive os de fritura, explica Muniz, ao lembrar que o governo incluiu o biodiesel na matriz energética brasileira em 2005, ano em que a Pork Terra começou o projeto. Chamado de "pork fuel" pelo suinocultor, o novo combustível teve de passar por um laudo técnico de um laboratório em Paulínia (SP), para receber a autorização de uso na própria propriedade, pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). "Há quatro anos toda a frota da fazenda é movida a biodiesel 100%, e não tivemos nenhum problema com os veículos", conta.

Um quilo de gordura gera 900 ml de biocombustível e 100 ml de glicerina, subproduto do processo utilizado na fazenda para fazer sabão ou detergente. Também nesse caso a aplicação é para a limpeza da granja, do abatedouro e das máquinas da fazenda. "Hoje, produzo mais de três mil litros por mês", informa Muniz, ao detalhar que o volume atende tanto os veículos da Pork Terra, como supre o novo motor do gerador de energia, movido a biogás e biodiesel.

Aliando a busca por matéria prima para a usina, com a ação ambiental, a Pork Terra passou a comprar óleo de fritura em escolas e instituições filantrópicas da região. "Dou palestras para conscientizá-los sobre a geração de resíduos. E me comprometo a adquirir o óleo por R$ 0,50 o litro. É uma forma de contribuir financeiramente com as entidades", justifica. O reaproveitamento dos dejetos gera hoje economia de cerca de R$ 8 mil mensais. "A Pork Terra tornou-se autosuficiente dentro de um modelo ambientalmente correto e sustentável", frisa Muniz, que já implementou duas usinas similares à sua em outras propriedades rurais.

(Silvia Czapski - Fonte: Valor Econômico em 25.09.09)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

CTR Santa Rosa - Aterro Sanitário de Seropedica

CTR Santa Rosa

Localizada no município de Seropédica, também região metropolitana do estado, a CTR Santa Rosa está em fase final de licenciamento ambiental das seguintes unidades:

- 2 Aterros Sanitários para disposição de Resíduos Domiciliares Classe II;
- Aterro para disposição de resíduos industriais classe II (não perigosos);
- Aterro para disposição de resíduos classe I (perigosos);
- Central de Tratamento de Resíduos industriais classe I e II, constituída por: unidade de blendagem de resíduos sólidos; unidade de blendagem de resíduos líquidos; e unidade de solidificação;
- Unidade de dessorção térmica para tratamento de solos contaminados por hidrocarbonetos;
- 2 Unidades de tratamento térmico de resíduos de serviços de saúde – RSS;
- Estação de tratamento de efluentes industriais líquidos;
- Incinerador de resíduos industriais;
- Unidades de apoio: balança, laboratório para caracterização dos resíduos recebidos, escritório de apoio, oficina, refeitório, etc.

Fonte (Novagerar, 2009)

domingo, 20 de setembro de 2009

Teses de alta relevância

1) VANZIN, E. Procedimento para análise da viabilidade econômica do uso de biogás de aterros para geração de energia elétrica:aplicação no aterro Santa Tecla.2006 .93f. Dissertação (Mestre em Engenharia)-Universidade de Passo Fundo (UPF), Passo Fundo, 2006. Metodologia - USEPA.

2) PIEROBON, L. R. P. Sistema de geração de energia de baixo custo utilizando biogás proveniente de aterro sanitário. 2007. 154f. Tese (Doutor em Engenharia)-Universidade federal do Rio Grande do Sul (UFRS), Posto Alegre/RS. 2007. Metodologia – USEPA.

3) ROTONDARO, G. P. Avaliação da contribuição dos projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) em aterros sanitários para os aspectos de desenvolvimento sustentável no Brasil. 2007. 76f. Tese (Gestão e Tecnologias Ambientais)- Universidade de São Paulo. 2007.

4) MARQUES, G. S. Alternativas de financiamentos de projetos de biogás e geração de energia elétrica em aterros sanitários: estudo de caso. 2006. 169f. Dissertação (Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental) – Universidade católica de Brasília, Brasília, 2006. Comentários - aborda o aterro de Santa Tecla - RS e Adrianopólis - Nova Iguaçu/RJ (um estudo comparativo com EVTE).

Teses de relevância média

1) ALVES, J. W. S. Diagnóstico técnico institucional da recuperação e uso energético do biogás gerado pela digestão anaeróbia de resíduos. 2000. 165f. Dissertação (mestrado em Energia)-Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 2000.

2) BORBA, S. M. P. Análises de Modelos de geração de gases em aterros sanitários:estudo de caso. 2006. 149f. Dissertação (Mestre em Engenharia Civil)-Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, 2006.

3) CUNHA, M. E. G. Análise do setor de saneamento Ambiental no aproveitamento energético de resíduos: “Ocaso no município de Campinas-S.P.”. 2002. 159f. Dissertação (Mestre e Planejamento de Sistemas Energéticos)-Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas/SP. 2002.

4) DUARTE, A. C. Projetos de MDL em Aterros Sanitários no Brasil: Alternativa para o Desenvolvimento Sustentável. 125f. Dissertação (Mestre em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental)-Universidade Federal do Paraná, Curitiba 2006.

5) ENSINAS, A. V. Estudo da geração de biogás no aterro sanitário Delta em Campinas – SP. 2003. 143f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica)-Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, 2003.

6) HENRIQUES, R. M. Aproveitamento energético dos resíduos urbanos: uma abordagem tecnológica. 2004. 204f . Tese (Doutor em Ciências em Planejamento energético) – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, 2004.

7)OLIVEIRA, L. B. Potencial de aproveitamento energético de lixo e de biodiesel de insumos residuais no Brasil. 2004. 247f. Tese (Doutor em Ciências em Planejamento energético) – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, 2004.

8) SATO, C. E. Viabilidade de projetos de MDL para a geração de energia em aterros sanitários - estudo de caso no município de Itajubá-MG. 2009. 155f. Dissertação (Mestre em Ciências em Engenharia de Energia) - Universidade Federal de Itajubá, Itajubá, 2009.